segunda-feira, 4 de abril de 2011

Existir

O espaço e o tempo parecem não coincidirem, e não serem proporcianal ao corpo. O seu corpo esticou-se, forçando um viver indeciso. Pausadamente quebrou a casca que o envolvia. Os olhos continuavam no interior, e somente os membros pareciam saber o que fazer. A pele do que lhe deu a vida era opaca e frágil... Se desuniam á medida que outra vida alargava-se dentro do que outrora estava vazio... Este processo, o do que continua a olhar o interior e é impulsionado pelo vazio pulsante de outro interior, é angustiante e sublime. É um se ver, ainda embrionário e em desenvolvimento. Vejo que nasce um olho, não vejo a forma, mas sinto que ele está se formando. Neste momento metamorfósico, a forma final não é importante. O movimento acontecendo é enternecedor mas amedronta...

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