quinta-feira, 30 de junho de 2011

Reflexos de loucura

Têm dias, em que a folha de papel sou eu, esta que estou escrevendo... Possui 32 linhas... Bem, não é de linha que quero escrever, é sobre papel... Mas são as linhas que me impedem de olhar o branco com mais clareza, e essa sombra da minha mão sobre o papel, torna esse branco ainda mais impenetrável... Não há como ignorar a vontade dele, do papel, aliás, é sobre papel que quero escrever! O branco não é preso, a liberdade está atrás das linhas... Tira-se o espiral, tira-se estas linhas, e que eu pare de borrá-lo com a caneta compactor de ponta fina...Tudo isso desagregando-se, não fará diferença, perceberá a distinção quem não enxergava o branco... Notarão que as linhas desapareceram, que o espiral não prende, e que as letras já não existem... Ele permanecerá o mesmo, inerte...  O branco é transparente, talvez ele esteja apenas refletindo algo, neste caso eu no papel?... Ser espelho aprisiona, paralisa. É insuportável carregar uma imagem distorcida em linhas...

terça-feira, 28 de junho de 2011



Tocar no que é concreto não é tocar, é fazer parte. Quando se tocam, estão agrupando-se, e o resultado é definível, continuarão sendo concreto. O que toca não têm definição, existe unicamente. Perde-se com a infinitude, essa, a de não ser tocado, e sentir-se completamente tocado...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Resignação

Perguntaram o que penso quando escrevo, ué, está aqui, escrito. Talvez, para alguns que leem, serão pensamentos. Prefiro que não seja!. Não gosto de pensamentos, não quando se trata de... Do que escrevo... Gosto de um lugar caverna e som ao longe, um único som... Aí, assombro-me e escrevo... Acho que escrever é impulso... O não pensamento, deixa espaço para a existência, esta não pensa, apenas passa... Quando por descuido humano, no corpo sentir o coração batendo, você se espanta.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Trancas

O que presumo, não é um quadrado com uma ou duas aberturas, o que deram o nome de janela. Sou partículas de luz, adentrando na brecha da janela que habitualmente pela manhã está fechada. Abrem quando querem, quando o escuro incomoda, ou ainda quando já passam das 8:00 horas. Entrei antes disso, não há como controlar quando me expando, onde existe espaço, ocupo espontaneamente, é assim a natureza das coisas... Quando você abre a janela, nós nos vemos... Misturo-me a objetos, aqueço persianas, e os poros da sua pele, iluminam-se... Penetra a luz, ela ardentemente te consome. Você, não mais enxerga, o seu corpo volta-se para dentro, sentes calor. Lá, sinto sua vida frágil e plena... você olha apenas o que está a minha volta, as árvores, outra janela, carros, pessoas, pássaros apressados... E eu?... Estou nas brechas, sondando o que existe no escuro, antes que abras a janela...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Neutro

O princípio me são sombras, partículas brancas e escuras. É o tudo que se formou e criou peso, talvez seja matéria, é o nada. O nada está neutralizado mas deu novas formas... Formou a si... Está dentro de si, e visível para si mesmo... Algumas partes se olham e congelam-se, a consciência primária... Nada pensa, nada anseia, somente está lá, pressentindo...