quarta-feira, 27 de abril de 2011

Uma noite


Eu estava sem ar! Eu menti. Menti, por quê uma vida precisava ser salva. Eu. Não menti, disse sim para o que ouvi. Menti, pois fui levada, não entenderiam... Corpos sufocaram naquele momento. Gosto de corpos! Mas o momento foi de sentir. Não sinto corpo. Nem sempre gosto do que sinto, mas prefiro!. A noite estava quieta e fresca. Quando você silenciava, ficávamos entrelaçadas. Quando falava, eu partia só. Ficava na escuridão, olhando... Não é necessário acendê-la, ela não é luz. Ninguém a toca, somente ver. A brisa, descendo sob o escuro, sossegou a ausência do feriado de uma sexta... Depois, fomos dormir, com todos aqueles corpos pela casa...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Dois e Um

Não estou encostada do que está vivo.
Parece que há um centro, parece que eu o sou.
Em outro momento flutuo em um centro, então outro é o centro.
Somos a mesma coisa... É coisa e está viva, não se mexe, mas pulsa. Sou o que lhe falta, ou talvez, não preciso de tudo o que tenho, e o que resta, penso que o quer. Somos a mesma coisa... A parte que acho ser insignificante é seu. Por algum motivo está em mim. Não sou tudo o que está em mim, logo eu decido o que não quero. Não tive escolha. Somos a mesma coisa separada. Não quero o que colocou.
Fique com o que está em mim e me deixe oca.
Me deixe oca para eu sentir o que sou!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Eu

Respiro o que está em mim, não o que está aqui. Estar aqui, faz-me viva. Quando não estou aqui, estou morta? Não. Sou respirada e respiro o que nada está em mim. Está parado, eu não. Respira-me, por quê sou parte ainda inconsciente. Eu não sei o que é, mas respiro o que logo está em mim... Nos olhamos com temor, sabemos que nada irá acontecer, mas temos um igual medo, qual?. O que é consciente não tem medo, sente somente, mas é um sentir medroso. Quando sou respirada, eu me estendo para saber a dimensão. Contorço-me também lenta, e em silêncio... A voz, se eu ecoar, retornará.
O assombro sou eu.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Existir

O espaço e o tempo parecem não coincidirem, e não serem proporcianal ao corpo. O seu corpo esticou-se, forçando um viver indeciso. Pausadamente quebrou a casca que o envolvia. Os olhos continuavam no interior, e somente os membros pareciam saber o que fazer. A pele do que lhe deu a vida era opaca e frágil... Se desuniam á medida que outra vida alargava-se dentro do que outrora estava vazio... Este processo, o do que continua a olhar o interior e é impulsionado pelo vazio pulsante de outro interior, é angustiante e sublime. É um se ver, ainda embrionário e em desenvolvimento. Vejo que nasce um olho, não vejo a forma, mas sinto que ele está se formando. Neste momento metamorfósico, a forma final não é importante. O movimento acontecendo é enternecedor mas amedronta...
Metade

O dia está alternado entre sol e nuvens carregadas. Gosto dos dois estados.
A iluminação do sol traz ao espírito a sensação de irmandade, de reflexos mútuos. Este fenômeno se amplia á maneira a que olhamos para tudo a nossa volta, é então que percebe-se luminosidade em tudo o que existe, proporcionada pela luz... As nuvens escuras traz introversão, ocasionado pela ausência desta claridade. É um encontro de si sem a presença da luz...
Leve

Os pássaros sim, são livres.
Eles possuem o ar fresco da brisa desta manhã.
O ar próximo, inteiro. O ar que esvoaça, que se deixa mover...
Não conhecem o que é dimensão. Sobre-existe simplesmente...